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O problema da medicalização
Em virtude da medicalização exagerada na vida cotidiana, sensações físicas ou psicológicas estão sendo percebidas e diagnosticadas como sintomas de doenças. Quando usamos o termo "medicalização" estamos nós referindo ao uso de medicamentos/remédios com ou sem autorização medica, de modo exagerado ao considerado normal.
O sentimento de tristeza, que é normal aos seres humanos está muitas vezes, sendo relacionada com a depressão. Isso gera uma "epidemia" de diagnósticos que resulta num surto de tratamentos com medicalização, dos quais muitos são altamente prejudiciais à saúde, especialmente em casos em que não seriam de fato necessários, como por exemplo, o erro de diagnóstico de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) em crianças que não apresentam esse transtorno. E importante destacar que muitos diagnóstico são precisos e necessários, todavia algumas vezes são usados como forma de categorizar o sujeito para o modificar, no caso da criança com TDAH, é fato de que algumas criança apresentam o transtorno, apesar de que algumas não apresentam todos os sintomas mas por serem mais hiperativas que o "normal" é colocada como se tivesse.
O uso abusivo de medicamentos na atualidade parece ser um dos traços significativos da cultura ocidental, na qual há a convicção de que o mal-estar, bem como o sofrimento de todo gênero deve ser eliminado a qualquer preço.
A medicalização da vida tem se tornado cada vez mais um dos caminhos mais eficientes e rápidos para amenizar ou até mesmo eliminar o sofrimento psíquico e os problemas que atingem as pessoas cotidianamente. Nesse sentido, o psicofármaco (substância química que exerce certa influencia nos processos da mente) aparece como uma solução técnica para eliminar nossas preocupações, diante de uma sociedade que impõe a necessidade de estar na condição de felicidade e bem-estar permanente.
Em busca da compreensão da subjetividade humana, por meio de medicamentos, acaba-se reduzindo um complexo de sistemas neuronais que, quando em desequilíbrio, origina um processo de adoecimento. A suposta eficácia de tais medicações mostra o entendimento da subjetividade enquanto mecanismo, que cabe ser modificado ou acabado.
Logo, o que percebe-se é que o uso de medicamentos de modo exagerado está causando alterações na forma de diagnosticar e tratar alguns transtornos, pois o efeito colateral de um remédio pode ser o sintoma de um transtorno.
Então, busque não fazer uso de medicamentos sem prescrição médica, e caso, você ache que o médico lhe passou uma informação equivoca, consulte outros médicos.
