top of page

    Entrevistamos alguns profissionais da área de saúde e de direito para dar um suporte sobre o que é real e o que não é quando é falado sobre saúde mental.

        Veja mais:

1. Quais são os transtornos mentais mais frequentes?

     “É importante mencionar que a  Esquizofrenia acomete 1% da população nas estatísticas. Há 30 anos atrás estimava-se que 10% dos indivíduos brasileiros necessitava de algum tipo especial de cuidado da saúde mental.  Há poucos anos atrás esse número foi atualizado para 50%, e eu acredito que pelas ultimas estatísticas isso deva ter subido ainda mais. Por exemplo: descobriu-se recentemente que 80% das crianças e jovens brasileiros possuem ansiedade e os números de depressão no Brasil são um dos maiores do mundo. Portanto, no âmbito de um consultório, os transtornos mais comuns são Ansiedade e Depressão. E isso contribui para extinguir aquela famosa ideia de que “só loucos procuram profissionais de saúde mental”, uma vez que o consultório está cheio de pessoas aparentemente “normais” que precisam de auxílio."

 

2. Existe algum sintoma que é comum nas maiorias das doenças mentais?

     “Não há um levantamento estatístico em cima de sintomas, mas sim em cima de quadros nosológicos (como a Ansiedade, Depressão, Tipos de Esquizofrenias e Transtornos de Personalidade). Mas a demanda (de maneira geral) que leva um sujeito a um consultório psiquiátrico é um sofrimento psíquico, uma insuficiência interna e do ambiente para dar conta sozinho. Mas em relação a sintomas é difícil apontar uma vez que cada transtorno é considerado uma entidade separada.”

 

 

3. Qual cuidado que tem que ter em relação ao medicamento? Este medicamento é somente dado por psiquiatra?

     Não se deve fazer automedicação em hipótese alguma, muito menos alterar dosagens de medicações orientadas pelo médico. O que foi combinado com o médico tem que ser seguido igual sem sofrer nenhuma alteração.

   Atualmente no Brasil as prescrições médicas são consideradas atos médicos. O psiquiatra necessariamente não tem que ser o único prescritor de medicações psiquiátricos, encontramos alguns outros médicos (como cardiologistas, por exemplo), pois existem muitas doenças mentais que são psicossomáticas.``

 

4. Quais são os primeiros procedimentos que o psiquiatra tem que ter quando chega o paciente?

     “Os procedimentos de um psiquiatra para o início de uma consulta são os mesmo para um assistente social ou psicólogo, são eles: cordialidade ao paciente, compreensão de que ele está vindo ali buscando uma ajuda por um sofrimento interno e que há necessidade de se ouvir. Ouvir, antes de dizer alguma coisa. Há necessidade também de mostrar que é possível uma saída e amenização do problema e com a devida sensibilidade ir notificando o paciente sobre o que está ocorrendo e qual o tratamento proposto, seja a medicação ou psicoterapia.”

5. Como deve ser a relação entre psiquiatra e família?

      “A relação do profissional de saúde mental com a família deve ser a melhor possível (dentro do possível). Digo isso, pois muitas das vezes a família infelizmente tenta sabotar ou até mesmo “manicomizar” o tratamento do indivíduo. E há necessidade de um gasto de energia maior para que a família entenda o que é melhor para o mesmo e aquilo que eles precisam fazer para contribuir.

     A família deve ser tratada como um elemento coadjuvante do tratamento, porque a mesma na maioria das vezes faz parte enormemente da situação ambiental do paciente. As vezes o problema do mesmo demanda somente de uma terapia familiar, por exemplo: Certa vez atendi uma criança de 5 meses onde a mãe dizia que seu filho apresentava quadros de ansiedades, obviamente foi orientado que a mãe procurasse uma ajuda terapêutica, pois nesse caso o quadro da criança se dava em função da mãe.

    O psiquiatra deve estimular a cooperação, ter a família como parceira no tratamento do paciente.”

6. Qual é a diferença entre o trabalho do psiquiatra e do psicólogo nestes casos?

      “A diferença principal atualmente é com relação a medicação. Psicólogos são impedidos de medicar, porém, no trabalho conjunto há necessidade de dividir as tarefas: quem medica, não realiza a terapia. E quem realiza terapia não pode medicar. Enquanto o psiquiatra busca tratar os sintomas, o psicólogo a partir da psicoterapia irá tratar as causas da doença e as formas de lidar. Então são coisas distintas, mas não excludentes. Muitas vezes no mesmo caso há ambas demandas.''

Entrevista com Psiquiatra: Dr. Gilson Gilbert

© 2017 por Respire Fundo.
Orgulhosamente criado com Wix.com

R. Luís José, 21 - Boa Vista, Vila Velha - ES, 29102-920

Telefone: (27) 3421-2001

 

Respire Fundo

bottom of page